quarta-feira, 3 de agosto de 2011

I Love Jazz


Boogie woogie será a grande atração do festival I love jazz,

que promete transformar praças em animados salões.

Stacey Kent, Bucky Pizzarelli e Axel Zwingenberger virão

tocar em Bh

Veio da cantora Linda Batista, nos anos 1950, a máxima que o compositor Denis Brean pôs na canção Baiana no Harlem: “No Brasil, junto do samba brasileiro, o boogie woogie também tem seu lugar”. Prova disso estará na terceira edição do Festival Internacional I love jazz, que será realizado no próximo fim de semana em Belo Horizonte, antes de seguir para Rio de Janeiro, Recife e Brasília. Em shows gratuitos, oito atrações passarão pelo palco – seis internacionais e duas brasileiras.

Se no ano passado a audaciosa investida jazzística de Elza Soares foi um dos destaques do evento, a programação de 2011 oferece nomes de peso do cenário internacional. Entre eles estão o mestre Bucky Pizzarelli (em trio de guitarras com Howard Alden e Jack Wilkins); a cantora norte-americana Stacey Kent, uma das divas do jazz contemporâneo; e o pianista alemão Axel Zwingenberger, a quem caberá comprovar a máxima de Brean. Afinal de contas, o boogie woogie terá mesmo lugar no país do samba?

“O boogie woogie apareceu nos anos 1930, na época do swing, quando as pessoas queriam escutar jazz para dançar”, conta o curador Marcelo Costa, diretor-geral do festival. Há três anos, ele garimpa as atrações que têm contribuído para aproximar o público da capital do jazz tradicional, oriundo dos cabarés e bares de New Orleans. “Ao mesmo tempo em que é prazeroso escolher o que mostrar aqui, é muito difícil. Tenho de pensar em todas as possibilidades, mas a qualidade sempre vem em primeiro lugar”, garante.

À procura de um recorte diferente, a ideia do boogie woogie surgiu depois que Marcelo viu a apresentação de Zwingenberger na Suíça. Considerado o maior representante dessa vertente jazzística na atualidade, o músico abre o I love jazz acompanhado da norte-americana Lila Ammons, sexta-feira. “É um estilo contagiante”, comenta o curador.

Aliás, o jazz para dançar vai dominar a programação deste ano. Marcelo Costa explica que, diferentemente das criações mais contemporâneas, a produção tradicional do início do século 20 valoriza basicamente o entretenimento da plateia. “Eram músicas criadas para salões, bares. Para as pessoas se divertirem mesmo. Não tem nada que entender, é só curtir”, diz.

Apesar do foco no boogie woogie, o I love jazz não será temático. Prova disso é que no mesmo palco, depois do swing de Axel, entra o cool jazz de Stacey Kent. Integrante do elenco da cultuada gravadora Blue Note, ela acumula prêmios. Declaradamente apaixonada pela música brasileira, são recorrentes suas homenagens à bossa nova. Reconte-Moi, disco lançado em 2010, traz versões em francês para Águas de março e Samba da bênção.

O jazz clássico volta ao palco no sábado, na Praça da Liberdade, com a simpática Judy Carmichael – já conhecida dos mineiros – e o John Allred Sextet. Na Praça do Papa, apresentam-se a uruguaia María Noel Taranto e a banda Paulistânea Jazz Band. “O grupo foi criado para o I love jazz do ano passado. Como deu certo, os músicos continuaram recebendo convites e têm feito sucesso no eixo Rio-São Paulo”, conta Marcelo.

Considerado mestre do gênero, Bucky Pizzarelli é pai do guitarrista John Pizzarelli. Ele já esteve em Minas participando de outros festivais, mas é sua primeira vez no I love jazz. O veterano chega com proposta interessante: um trio de guitarras. A cantora brasileira Gabriela Pepino reforça a programação do último dia, que terá tributo a Roy Eldridge a cargo do Jon Faddis Quartet. “É difícil apostar em qual será a sensação da programação, mas tenho certeza de que o público vai gostar muito”, conclui Marcelo.


PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira: 05 de agosto


Praça do Papa
19h30 – Axel Zwingenberger & Lila Ammons
O pianista e compositor de blues alemão é considerado um dos mestres do boogie woogie. Respeitada intérprete de blues e jazz clássicos, a americana foi incentivada por Axel Zwingenberger a seguir a tradição da música dos EUA.

20h30 – Stacey Kent
Iniciou a carreira profissional no começo da década de 1990, no Soho londrino. Com sete álbuns campeões de vendas, é uma das novas divas do jazz. Faturou prêmios como o British Jazz Awards (2001) e o BBC Jazz Awards (2002).

Sábado: 06 de agosto

Praça da Liberdade

10h00 – Judy Carmichael
A Rainha do Stride, apelido que ganhou de Count Basie, domina esse estilo, criado no Harlem nos anos 1920 e 1930. Judy funde vários estilos jazzísticos.

11h00 – John Allred Sextet
O trombonista americano John Allred trabalhou com Clark Terry, Stan Getz, Tony Bennett e Rosemary Clooney. Montou um sexteto especialmente para o evento brasileiro.

Praça do Papa

17h00 – Maria Noel Taranto
Nascida em Montevidéu, a cantora de voz aveludada se dedica principalmente ao jazz, ao blues e ao gospel.

18h45 – Paulistânea Jazz Band
Formada por músicos experientes de São Paulo, dedica-se ao jazz tradicional.

20h30 – John Allred Sextet
O trombonista americano John Allred trabalhou com Clark Terry, Stan Getz, Tony Bennett e Rosemary Clooney. Montou um sexteto especialmente para o evento brasileiro.

Domingo: 07 de agosto

Praça da Liberdade

10h00 – Axel Zwingenberger & Lila Ammons
O pianista e compositor de blues alemão é considerado um dos mestres do boogie woogie. Respeitada intérprete de blues e jazz clássicos, a americana foi incentivada por Axel Zwingenberger a seguir a tradição da música dos EUA.

11h00 – Paulistânea Jazz Band
Formada por músicos experientes de São Paulo, dedica-se ao jazz tradicional.

Praça do Papa

17h00 – Gabriela Pepino
É preciso ouvir. Esta frase resume tudo o que se pode dizer de Gabriela Pepino, essa jovem e talentosa cantora e compositora brasileira.
18h45 – Howard Alden Trio, Bucky Pizzarelli e Jack Wilkins
O trio de guitarras americano foi formado especialmente para o I love jazz. Aos 85 anos, Bucky tem na bagagem parcerias com Benny Goodman, Stephane Grappelli, Joe Venutti, Zoot Sims, Doc Severinsen, Vaughn Monroe e Les Paul. Jack Wilkins se apresentou com Ray Charles, Tony Bennett, Mel Tormé e Sarah Vaughn.


20h30 – Jon Faddis Quartet – Tributo a Roy Eldridge
Trompetista, regente, compositor, arranjador e educador, o americano Jon Faddis gravou com Duke Ellington, Quincy Jones, Frank Sinatra, Oscar Peterson e Count Basie.(fonte)

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